- “É fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento” (Hb.9,27).
Quando deixarmos este mundo, separando-nos do nosso corpo, compareceremos
diante de Deus - diante de quem ficaremos imensamente encantados -, para sermos
julgados. É o assim chamado juízo particular.
Sobre o que versará o julgamento?
– Sobre a maneira como vivermos na
terra, sobretudo no nosso relacionamento com o próprio Deus e com os nossos
semelhantes: o bem que fizemos, o mal que praticamos, os pecados que comentemos,
dos quais em vida nos arrependemos fazendo uma boa confissão que, em certo
sentido, é pública, porque entramos na fila, reconhecendo-nos pecadores. Assim
entraremos no julgamento sem esta carga inútil, porque lavamos os nossos
pecados também com as lágrimas do arrependimento. O sacramento da confissão nos ajuda a ser
melhores.
O sacramento da confissão é uma
fonte de graças da qual poucos fazem uso, embora seja o sacramento da paz e da
fortaleza que nos auxilia na luta contra o mal.
Outros pecados não confessados
sobre os quais não caiu o nosso arrependimento e a súplica do perdão de Deus,
estes serão objeto do julgamento. Estes pecados podem ser graves ou leves, que
causam a morte da graça de Deus em nós ou que são meras doenças espirituais que
não causam a morte, mas prejudicam a saúde da alma.
Aí virão as lembranças postas às
claras diante dos nossos olhos: Você foi
egoísta... você não perdoou... você não amou de verdade... você correu atrás do
dinheiro e , com ele, atrás das coisas materiais... você profanou o seu
corpo... o corpo do seu irmão ou irmã...
você profanou o seu casamento...
Uma recapitulação da vida se faz necessária em vida. No dia do
julgamento não será Deus a nos julgar. Seremos nós os juízes implacáveis de nós
mesmos. Naquele dia não faremos questão de nos esconder ou de apresentar
desculpas, porque saberemos que, diante de Deus, isto é impossível. Não iremos
rogar a Deus piedade e clemência, porque ele no-las deu em Jesus Cristo que
veio ao mundo para tirar toda culpa. Outras mesquinharias eram mais
importantes. Jesus veio, mas nós o ignoramos.
A igreja não pede, ela manda que
façamos a confissão pelo menos uma vez ao ano ou mais vezes se tivermos a
desgraça de cair feio. Para que andarmos de cá pra lá carregando lixo? A
recomendação vale também para os assim chamados pecados leves. É bom viver com
o coração limpo. Deus sempre nos concede a graça do perdão: “Ainda que vossos
pecados sejam como escarlate, tornar-se-ão alvos como a neve; ainda que sejam
vermelhos como carne, sim, tornar-se-ão como a lã” (Is.1,18).
Podemos fazer a nossa confissão
em qualquer igreja. A maior alegria que um sacerdote sente na administração
deste sacramento é quando a pessoa demonstra profundo arrependimento, por
maiores que sejam os pecados, sabe que ofendeu a Deus e quer o seu perdão. Ela
o recebe, sente-se purificada e feliz, e oferece um sacrifício de ação de
graças.
“A nossa cidade está nos céus, de
onde também esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que
transfigurará nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo glorioso”
(Flp.3,20-21).
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