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segunda-feira, 1 de junho de 2015

UM CAMINHO PARA A PASTORAL DA ACOLHIDA



            Todo mundo sabe o que significa “acolher”: receber com atenção uma ou mais pessoas, atender, ter em consideração, recepcionar.
            Onde começa o acolhimento? – Com a própria pessoa. Cada pessoa precisa acolher-se, isto é, aceitar-se como é. Para tanto, precisa conhecer-se. Conhecer seu gênio, seu caráter, seu temperamento, seus talentos, suas virtudes, enfim, suas qualidades físicas, morais, artísticas, de inteligência, de vontade, seus sentimentos, suas reações, suas potencialidades, e também suas falhas e defeitos, umas para desenvolver e praticar, outras para corrigir ou extirpar.
            Compete aos pais e educadores descobrir na criança, no menino e na menina as suas qualidades e seus defeitos e, de maneira adequada, torná-los conscientes dos valores que possuem, a maneia certa de usá-los para o seu aperfeiçoamento. A pessoa se realiza usando seus carismas em favor dos outros, valores inesgotáveis que possui. Só o egoísmo faz a fonte secar. É no amor ao próximo e no serviço a ele que a pessoa se realiza.
            Portanto, antes de ser acolhida pelos outros (aliás, ela já foi acolhida ao nascer e espera-se que tenha sido bem acolhida), a pessoa precisa acolher-SE. Este acolhimento facilitará os outros que virão ao longo de sua vida.
            O primeiro acolhimento interpessoal se dá na família. Marido e mulher, pais e filhos devem acolher-se para constituírem uma família feliz. A família é a primeira escola para os filhos e mais uma escola para os pais. Não apenas os filhos aprendem dos pais, como os pais aprendem dos filhos. Uns e outros precisam aprender a ouvir, a corrigir e serem corrigidos.
            Um lar pode ser simples, mas sempre deve ser acolhedor e são os familiares que o fazem assim e assim devem mantê-lo para que todos se sintam bem.
            Depois vem o acolhimento entre os vizinhos. Uma saudação, um sorriso, um aceno de mão são o suficiente para um acolhimento inicial. Depois uma palavra, uma ajuda, um convite no momento oportuno. Mesmo se não houver correspondência, aquele mínimo de acolhida deve persistir. “Acolhei-vos uns aos outros como Cristo vos escolheu” (Rom. 15,7). O Acolhimento faz parte da vida do verdadeiro cristão.
            Como seria bom que houvesse alguém, pelo menos duas pessoas que aumentassem o círculo da acolhida, fazendo-a passar dos vizinhos para as familias da quadra inteira. Todos, em determinados momentos, precisamos uns dos outros. É bom que haja essa amizade discreta entre todos, com os olhos abertos para ver quando alguém precisa de uma ajuda.
            Isto feito, não haverá dificuldade de todos sentirem-se bem na Igreja, quando em domingos e outros dias festivos se reunirem. Não haverá necessidade de muitas mesuras, porque ali todos se sentirão irmãos, membros da grande família de Deus, onde todos rezam: Pai nosso que estais no céu... e aqui entre nós também.
            Para que a boa acolhida aconteça em todas as instâncias é necessário banir as fofocas e os juízos temerários e fazer uso da correção fraterna individual da qual todos precisamos, porque ninguém é perfeito, correção feita com toda caridade e humildade. “Não façais nada com espírito de rivalidade ou de vanglória; ao contrário, cada um considere com humildade os outros superiores a si mesmo, não visando ao próprio interesse, mas ao dos outros” (Filip. 2,3).
            “Caríssimo, pratica obras de fé em tudo o que realizas para teus irmãos” (3Jo.8).

            O valor de uma pessoa consiste em ela ser um ser humano, independentemente da raça, cor, religião, cultura, qualidades ou vícios que possa ter.

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