Deus nos escolheu e nos constituiu continuadores de sua vida e de sua obra. Louvado seja Deus!

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Mínimas e Máximas

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quinta-feira, 4 de abril de 2019

Deus proibiu fazer imagem da Sua Pessoa, por quê?

"No dia em que o Senhor, vosso Deus, vos falou do seio do fogo em Horeb, não vistes figura alguma. Guardai-vos, pois, de fabricar alguma imagem esculpida representando o que quer que seja, figura de homem ou de mulher, representação de algum animal que vive na terra ou de algum pássaro que voa nos céus, ou de um réptil que se arrasta sobre a terra, ou de algum peixe que vive nas águas, debaixo da terra. Quando levantares os olhos para o céu e vires o sol, a lua, as estrelas e todo o exército dos céus, guarda-te de te prostrar diante deles e de render um culto a esses astros... Não façais uma imagem esculpida, representando o que quer que seja, como vos proibiu o Senhor, vosso Deus... deuses feitos pela mão do homem, deuses de madeira e de pedra, que não podem ver, nem ouvir, nem comer ou sentir" (Dt 4, 15-19.23).
O que Deus proibiu é fazer imagens que representem a SUA pessoa, o que é impossível, porque ninguém nunca o viu. Naquele tempo este perigo era constante, porque todos os demais povos tinham os seus deuses concretizados em imagens conforme a sua fantasia. Como outros povos percebessem que Israel não tinha deuses assim, perguntavam: "- Onde está o vosso Deus?" (Sl 41, 4).

Tanto é verdade que Deus proibiu aos israelitas só fazer imagens da Sua pessoa, que o próprio Deus mandou confeccionar imagens de Querubins para a Arca da Aliança e o Templo de Jerusalém. Lembre-se que os Querubins são puro espírito; entretanto, foram representados com fisionomia humana e, no entanto, ninguém lhes prestou culto, pelo que se sabe. No Templo de Jerusalém havia peças ornamentadas com folhagens, flores e até animais. Ninguém do povo lhes prestava culto.

Por vezes, a beleza de um anjo poderia ser confundida com a beleza de Deus, como aconteceu com o apóstolo João, registrado em Apocalipse 22, 7-9: " 'Escutem! Eu venho logo! Felizes os que obedecem às palavras proféticas deste livro!'  Eu, João, ouvi e vi todas essas coisas. E quando acabei de ouvir e ver, caí de joelhos aos pés do anjo que me mostrou essas coisas. Mas ele me disse: 'Não faça isso! Pois eu sou servo de Deus, assim como são você e seus irmãos. Prostra-te diante de Deus!' "

Além dos Querubins, Deus mandou Moisés fazer a imagem de uma serpente como um objeto específico. Passada a razão do fabrico da imagem de bronze da serpente, ela foi guardada na Arca. Quando mais tarde o povo começou a prestar-lhe culto de adoração, ela foi destruída.

Conclusão:
Deus proibiu fazer imagens... e também mandou fazer imagens.
Contradição?
Não!

Como vimos no capítulo quarto do Deuteronômio, Deus proibiu os israelitas fazer imagens de SUA pessoa, porque a Ele jamais viram. Se as fizessem, seriam frutos da sua imaginação maluca, como o bezerro de ouro. Se eles fizessem uma imagem de Moisés, ou de Abraão, Isaac ou Jacó, sem dúvida eles não iriam adorá-la, porque sabiam que eram seres humanos a quem se pode reverenciar, porém, jamais adorar.

terça-feira, 2 de abril de 2019

Quando lemos os Evangelhos


A pessoa que lê os Santos Evangelhos e se esforça para entender o que disse Jesus, e se esforça por viver o que entendeu, torna-se uma pessoa paciente, bondosa, disposta a ajudar e a partilhar o que tem. A leitura atenta dos Santos Evangelhos nos ensina, sobretudo, a ver a Pessoa do Senhor nos outros e, nos acontecimentos, as Suas mensagens sempre novas.

Ele em mim e eu n'Ele

Quando recebemos a Comunhão, como fica Jesus lá dentro de nós?
- Ele passa a ver com os nossos olhos, ele ouve com os nossos ouvidos, ele fala com a nossa língua e boca, ele trabalha e ajuda com a nossa razão e com as nossas mãos, ele anda com os nossos pés, ele ama com o nosso coração, ele sofre com os nossos sofrimentos.
"O que eu sofro no meu corpo pela Igreja, que é o Corpo de Cristo, está ajudando a completar os sofrimentos de Cristo em favor dela" (Col 1, 24).

COMO É BELO O CELIBATO!

Como é belo conhecer uma pessoa que viveu uma vida toda consagrada a Deus, à Igreja, aos irmãos. Como é bela a vida de quem renuncia ao casamento para estar totalmente livre para amar, amar sem reservas, amar a todos, amar mesmo que não haja a recíproca de ser amado. Como é belo o celibato por amor do Reino dos céus!

Quem não gosta disso, porque tem inveja, é o demônio e todos aqueles que têm os mesmos sentimentos que ele. Nem todos entendem, disse Jesus, mas somente aqueles a quem é dado entender.

Mas é necessário que aqueles que foram chamados a esta doação total vivam o seu celibato com aquela alegria serena, e não constrangidos, com o rosto abatido, ou procurem outras compensações e tomem a sua defesa, criticando a Igreja por lhes impor uma "lei desumana", quando não é bem assim.

A Igreja não impõe nenhuma "lei". É a pessoa que livremente faz a opção, porque no trabalho de evangelização a Igreja precisa de pessoas totalmente disponíveis. A preparação necessária dessas pessoas é longa, dura anos, e é só ao fim dessa preparação que os votos ou as promessas são feitos, quando o candidato tem toda a liberdade de voltar para sua casa e seguir outro caminho.

Deve-se distinguir os votos dos religiosos e religiosas das promessas dos padres diocesanos. Os votos são feitos a Deus e são irrevogáveis: pobreza, castidade, obediência e vida em comunidade, ao passo que os sacerdotes diocesanos submetem-se à lei da Igreja, que pode ser reformada e até dispensada em casos especiais.

Na foto abaixo, Padre Haroldo Rahm que completou 100 anos com legado de caridade, novo livro e planos para o futuro: um programa de TV.



O TRABALHO DE EVANGELIZAÇÃO URGE!

Ainda hoje há os que não querem receber Jesus, e há também aqueles que não sabem nem quem ele é, porque não lhes foi anunciado por quem já o conhece. Há também aqueles que lhe são indiferentes, cuja fé se reduz a algumas tradições sem vida ou iniciativas de gosto pessoal.
Estamos há mais de 2 mil anos do nascimento de Jesus, o trabalho de evangelização urge! Somente evangeliza quem ama; somente ama quem o conhece, e quem o conhece verdadeiramente se entusiasma, e quem se entusiasma, fala dele e quer que outros cheguem também a esse entusiasmo, para que, por sua vez, façam o mesmo com outros, e assim o fogo tome conta.

Mínimas e Máximas [3]

A NOSSA FÉ tem que ser encarnada. O nosso cristianismo tem que ser encarnado. Se Jesus, o Filho de Deus, revestiu-se com roupagem humana para nos dizer que nos ama, nós precisamos nos revestir da roupagem da caridade para lhe dizer que cremos nele.

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"OS HOMENS DE DEUS, cuja ação foi decisiva no seu tempo, não tiveram pressa em agir, e queriam que os seus discípulos, antes de serem homens da massa, fossem homens do deserto" (Pierre Blanchard)

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JESUS, QUE PELA UNIÃO HIPOSTÁTICA estava sempre em contato substancial com o Pai, sente necessidade de consagrar longas horas à oração (Mt 16, 23), durante a noite inteira mesmo (Lc 6, 12). E volta para os seus como que carregado, na sua humanidade, dum potencial de plenitude divina" (Pierre Blanchard).

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A MISSA não pode ser entendida como um culto qualquer, ao qual se vai sem saber por que ou com ideias vagas sobre ela. Afinal de contas, a Missa, e nela a Eucaristia, são o ponto mais alto da liturgia e da vida cristã. Se o cristão falta a Missa, falta-lhe tudo. É a Missa que identifica o verdadeiro cristão católico. É dela que brota a caridade cristã. Não faz sentido alguém unir-se a Cristo pela comunhão e não viver em comunhão com os irmãos e irmãs. É muito importante que todos vão à Missa e saibam por que. Há pessoas que sentem uma enorme falta dela quando, por um forte motivo, não podem comparecer. A outros, não faz falta.
A Missa não é um culto qualquer. Por isso a Igreja adornou-a com cuidado especial. Tudo nela tem a sua razão de ser. Não se deve nada tirar e nada acrescentar. Ela já é perfeita, já está perfeita. Ir à Missa é como participar da Última Ceia com Jesus e dali, com Ele, partir para o Jardim das Oliveiras, Calvário e Ressurreição.. É preciso que todos tenham isso em mente.

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QUANDO SE TRATA DA IGREJA e do seu trabalho em geral, dizemos que não temos tempo. Ora, Deus nos dá todo o tempo, e temos a coragem de lhe dizer que não temos tempo? Deus poderia tirar o nosso tempo, porque se não somos capazes de destacar um pouco de tempo para as obras de Deus, estamos perdendo tempo. Entretanto, Deus continua dando-nos tempo. Mas, chegará o dia em que o tempo vai acabar. E daí? As coisas atrás das quais corremos, gastando o nosso tempo, irão conosco? Vão nos salvar?

***

SE UM PAI E UMA MÃE dão tudo a seu filho: lar aconchegante, comida, vestuário, estudos, cuidados pela saúde, lazer... se não derem a ele a orientação religiosa prática, estarão educando o seu filho simplesmente para a sepultura, com o que tudo acaba.

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COMO O PAI ME AMOU, assim também eu vos amei. Como vamos retribuir? Amar a Deus como Jesus o amou, e amar Jesus como o Pai o ama.

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INFELIZES DAQUELES QUE JUNTAM, CASA SOBRE CASA,
que acrescentam campo a campo
até não haver mais espaço,
e habitem sós,
no meio do país" (Is 5, 8)

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Jesus, no presépio de Belém, nos ensina a sermos acolhedores.

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NÃO É O COSMOS QUE DEVE ENTRAR NA ESPIRITUALIDADE, mas é a espiritualidade que deve entrar no cosmos, na ecologia da ciência. Do contrário, corre-se o perigo de materializar e profanar o espiritual, em vez de espiritualizar o profano e a matéria.

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POR QUE ACREDITAMOS QUE MARIA É MÃE DE DEUS?


Porque "Deus se fez homem e habitou entre nós", e os apóstolos Pedro, Tiago e seu irmão João contemplaram a sua glória, glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade (Jo 1, 14).
Além disso, "Ele mesmo foi provado como nós, em todas as coisas, menos no pecado" (Hb 4, 15).

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Minimas e Máximas [2]

APRENDEMOS A VENCER DISTÂNCIAS
Sim, é mais fácil conquistar a distância do que a proximidade. Não sabemos viver perto uns dos outros.
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A FÉ TEM QUE SER ANIMADA PELA CARIDADE
Do contrário, ela é morta (Tg 2, 17) e, consequentemente, não salva. Será que a fé de certos protestantes que agressivamente acusam católicos de idolatria, simplesmente porque conservam imagens de Jesus Cristo e de sua santa Mãe, dos anjos e dos santos, será que esta fé, revestida de incompreensão e ausente de caridade, os salvará? Somente a fé animada pela caridade é que dá esperanças de ver realizadas as maravilhosas promessas do Senhor.
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A CONFISSÃO É UM PODEROSO MEIO DE LIBERTAÇÃO
O pedido de perdão a Deus e ao próximo. Quando nos entregamos a Jesus e confessamos nossas falhas, ele assume o controle total da nossa vida. Ele, uma vez no controle, impede que o mal se levante contra nós.
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A GENTE DEVE ALEGRAR-SE EM DEUS, como se alegrou Nossa Senhora, ao conceber Jesus por obra do Espírito Santo, alegria que ela transbordou em Isabel ao ser por ela saudada como Mãe de Deus, feliz porque acreditou. A gente poderá alegrar-se em Deus sempre que estiver fazendo o que é da sua vontade.
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NOSSA SENHORA PROFETIZOU
"Doravante todas as gerações me chamarão de bendita". Se Nossa Senhora teve outros filhos - e poderia ter, por que não? - esta profecia teria sido diminuída em seu valor e até poderia perdê-lo por completo. Só ficaria na lembrança. Pelo fato de Maria ter sido escolhida para Mãe de Jesus, o Filho de Deus, permanecendo Virgem após o seu parto, ela se tornou um monumento do poder de Deus e todas as gerações poderiam admirá-lo. Mas, se Maria, depois de Jesus, teve outros filhos, este monumento perdeu o seu valor, caiu na obscuridade, enfim, desabou, e não haveria mais razão para que todas as gerações a proclamassem de bendita, porque a maravilha foi uma coisa passageira e Maria, como querem protestantes, voltou a ser como as demais mulheres que, ao morrer, seu corpo baixou à sepultura, ao pó voltou e lá ficou. A Assunção de Nossa Senhora ao céu, em corpo e alma, teria sido uma invenção da Igreja Católica.
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"O TURISTA ESTRANGEIRO vem ao Nordeste atrás de prostituição e de droga. A propaganda que o Brasil faz de mulatas seminuas é um fato que contribuiu para a violência" (Carlos Alberto da Costa Gomes, do Observatório de Segurança Pública da Universidade de Salvador. Gazeta do Povo, 22/10/2012).
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DEUS NOS FALA NO ABSOLUTO SILÊNCIO e também no silêncio dos acontecimentos mais barulhentos da grande história do mundo, da história de cada dia, e da nossa pequenina história.
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O ROSTO É O ESPELHO DA ALMA, os olhos são sua janela e a boca, a expressão da sua verdade ou mentira, daquilo que ela é e pensa.
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Os santos têm cara de gente!
Carlo Acutis, em processo de beatificação (2019).

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Deixe que os mortos sepultem seus mortos

Isto é, deixe que haverá outros que o farão.

É um ato de caridade, uma obra de misericórdia que ninguém se recusará a fazer.

Estas foram as palavras de Jesus ao candidato de discípulo, convidado pelo próprio Jesus que lhe pede primeiro deixá-lo enterrar seu pai (Lc 9, 60).
"Deixe que os mortos enterrem seus mortos" devia ser uma espécie de ditado, adágio para se entender que qualquer pessoa pode fazer o trabalho que alguém pensa fazer como obrigação exclusiva sua.

Nem sempre tudo corria bem no trabalho de evangelização dos Apóstolos

O Apóstolo Paulo queixava-se: "Não tenho nenhum outro correligionário que se preocupe tão sinceramente convosco do que Timóteo. Todos visam os seus interesses pessoais, não os de Jesus Cristo" (Filipenses 2, 20-21).

Em outro lugar: "A maior parte dos irmãos... redobra de audácia para anunciar sem medo a Palavra. Alguns, é verdade, o fazem por inveja e por ambição, mas outros proclamam a Cristo com boa intenção. Estes agem por amor. Outros, se anunciam o Cristo, é por espírito de competição, os seus motivos não são puros... De qualquer maneira, com segundas intenções ou com sinceridade, Cristo é anunciado" (Filipenses 1, 14-18).
La diffusion de la bonne nouvelle

Haec est Domus Dei et Porta Coeli

Em muitas igrejas antigas, no pórtico de entrada ou em lugar de destaque no interior do templo, estão escritas estas palavras latinas, cuja tradução é: "ESTA É A CASA DE DEUS E A PORTA DO CÉU".
Sendo a "Casa de Deus", nela reinava o mais absoluto silêncio, quebrado somente para a oração em comum ou pelo sacerdote, quando celebrava a Santa Missa, servido pelo seu coroinha. No mais, se alguma conversa havia fora das celebrações, era somente o necessário e, mesmo assim, aos sussurros.

A Missa era em latim. O povo nada entendia; aliás, a oração do sacerdote era entre ele e Deus. Algumas vezes ele se voltava ao povo para lhes dizer, em latim, que o Senhor estava com eles e que orassem para que o seu sacrifício fosse aceito por Deus. Era o coroinha quem, em nome do povo, também em latim, mas decorado, respondia.

De fato, o povo mais assistia à Santa Missa do que dela participava. Mas assistia com fé e devoção, e pelo soar da campainha do coroinha, sabia quando era o "Sanctus" ou a consagração, e ficava praticamente todo o tempo de joelhos. À hora do Evangelho, punham-se de pé. À hora da comunhão, aproximavam-se da mesa. O coroinha ajudava o sacerdote segurando a patena sob o queixo de cada fiel comungante, para não permitir que se perdesse a menor partícula da hóstia consagrada. O povo, que ia à igreja com a melhor roupa que tinha, voltava para casa feliz e revigorado na fé.



Esta é a Casa de Deus

O Esaú da Bíblia tinha trocado com Jacó, seu irmão, o direito da primogenitura por um prato de lentilhas. Sentindo sua vida chegar ao fim, Isaac, o pai, quis dar a bênção ao filho primogênito que, para ele, era Esaú, mas para a mãe Rebeca, que sabia da troca, era Jacó. Além do mais, Esaú, com a idade de quarenta anos, tomou como esposas duas mulheres hititas, povo estranho, o que desagradou muito a Isaac e Rebeca.

Quem se apresentou para oferecer ao pai Isaac a última refeição antes da bênção foi Jacó. Isaac estava cego, parecia-lhe ouvir a voz de Jacó, mas apalpando os seus braços, reconheceu ser Esaú. Isaac alimentou-se com a suculenta refeição preparada por Rebeca e tomou vinho. Então Isaac disse-lhe: "Aproxima-te, meu filho, e beija-me". Isaac sentiu o perfume de suas vestes, que eram as de Esaú, e o abençoou nestes termos: "Deus te dê o orvalho do céu e a gordura da terra, uma abundância de trigo e de vinho! Sirvam-te os povos e prostrem-se as nações diante de ti! Sê o senhor dos teus irmãos, e curvem-se diante de ti os filhos de tua mãe! Maldito seja quem te amaldiçoar e bendito quem te abençoar" (Gn 27, 26-29).

Acabara Isaac de abençoar Jacó quando entrou Esaú, o filho primogênito que havia trocado por um prato de lentilhas os direitos de primogenitura, apresentando ao pai uma não menos suculenta refeição que ele mesmo preparou. Aí, tanto o velho pai Isaac quanto o filho Esaú ficaram sabendo da "fraude" de Jacó. Mas a bênção lhe fora dada e não podia voltar atrás. Enfurecido contra seu irmão, Esaú, cheio de ódio, diz: "Virão os dias do luto de meu pai, e matarei meu irmão Jacó" (v. 41).

Isaac nada sabe do projeto de vingança de Esaú contra seu irmão Jacó. Sabe-o, entretanto, a mãe Rebeca, que recomenda ao filho: "Teu irmão Esaú quer matar-te para se vingar de ti. Escuta-me, pois, meu filho: vai, foge para junto de Labão, meu irmão em Haran. Fica lá algum tempo até que se acalme a cólera do teu irmão".

Para dar ao velho Isaac a razão da viagem de Jacó, Rebeca lhe dá outro motivo. Disse-lhe que estava desgostosa da vida por causa das filhas de Het, antepassado dos hititas, povo que não era semita. Se Jacó se casar com uma delas, para que ainda viver!

Isaac chama Jacó, abençoa-o e lhe dá esta ordem: "Não desposarás uma filha de Canaã. Mas vai a Padan-Aran, à casa de Batuel, pai de tua mãe, e escolhe lá uma mulher entre as filhas de Labão, irmão de tua mãe". E disse mais: "Deus poderoso te abençoe, te faça crescer e multiplicar, de sorte que te tornes uma multidão de povos. Que ele te dê, como também à tua posteridade, a bênção de Abraão, a fim de que possuas a terra onde moras e que Deus deu a Abraão".

Esaú viu que seu pai havia abençoado Jacó e o tinha enviado a Padan-Aran para aí escolher uma mulher por esposa, e lhe proibia desposar uma filha de Canaã. Compreendendo que as filhas de Canaã não eram bem vistas pelo seu pai, por despeito foi à casa de Ismael, filho de Abraão e da escrava Agar, e tomou por mulher, além daquelas que já tinha, a Maelet, filha de Ismael, filho de Abraão, irmã de Nabaiot.

Enquanto isso, Jacó partiu de Bersabeia, tomando o caminho de Haran. Chegou a um lugar, e ali passou a noite. Serviu-se de uma pedra como travesseiro. Dormiu e teve um sonho:

Via uma escada que, apoiando-se na terra, tocava com o cimo o céu; e anjos de Deus subiam e desciam pela escada. No alto estava o Senhor, que lhe dizia; "Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaac; darei a ti e à tua posteridade a terra em que estás deitado. Tua descendência será tão numerosa como os grãos de poeira no solo; tu te estenderás para o ocidente e para o oriente, para o norte e para o meio-dia, e todas as famílias da terra serão benditas em ti e em tua posteridade. Eu estou contigo, para te guardar onde quer que fores, e te reconduzirei a esta terra. e não te abandonarei sem ter cumprido o que te prometi".

Jacó, despertando de seu sono, exclamou: "Em verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia! Quão terrível é este lugar! É nada menos que a casa de Deus, é aqui a porta do céu".

No dia seguinte, pela manhã, tomou Jacó a pedra sobre a qual repousou a cabeça e a erigiu em monumento, derramando óleo sobre ela. E deu o nome de Betel a este lugar, isto é, Casa de Deus. (Gen 27-28).



Quem come a minha carne e bebe o meu sangue...

Quê homem poderia propor a outros homens que comessem a sua carne e bebessem o seu sangue?

Por isso, a Sagrada Eucaristia, nos primeiros tempos da Igreja, foi motivo de escândalo, de incompreensão, de perseguição e de martírio, porque para nós, cristãos, não existe vida eterna sem a sua comunhão. (João Antonio Magalhães)

Os Apóstolos, como nós,

se depararam com dificuldades e obstáculos para estender o Reino de Cristo, mas não ficaram à espera de ocasiões propícias para fazê-lo, pois nesse caso, não teria chegado a nós essa mensagem que dá sentido à nossa existência.

A Missa não é encenação da Ceia do Senhor.

É o memorial da sua paixão, é tornar presente o Sacrifício da Sexta-feira Santa sob os sinais propostos por Jesus na Quinta-feira Santa. A Santa Missa deve ser celebrada de tal maneira que seja do agrado de Deus como foi o sacrifício de Jesus, para que os frutos da sua paixão e morte jorrem sobre nós.

Falamos em santo sacrifício da Missa; sacrifício é doação a Deus de algo bom que a gente tem. Sendo algo material, mesmo que seja um sofrimento físico ou moral, ele se torna sagrado, pois é este o sentido da palavra sacrifício - sacrum fácere.

Em geral, fazemos sacrifícios de coisas que não nos custam muito. O sacrifício de Jesus foi diferente: Ele ofereceu a Deus Pai o seu sangue derramado, a sua vida pela salvação do mundo. Como é que Deus Pai poderia não aceitar este sacrifício? Diz-nos o apóstolo Pedro em sua 1ª Carta 1, 18: "Vós sabeis que não é por bens perecíveis como a prata e o ouro que tendes sido resgatados do vosso vão procedimento... mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado".


Quando alguém visita a Terra Santa,

ele pára em meditação naqueles lugares por onde Jesus passou: Belém, Nazaré, Cafarnaum, Calvário, Santo Sepulcro, o Monte da Ascensão...

Ninguém pode deixar de contemplar Jesus durante os nove meses no seio de Maria. Se os outros lugares são sagrados, este o é por excelência. Se em outros lugares Jesus esteve de passagem - e nestes lugares nos demoramos em gostosas meditações, no seio de Maria, onde ele começou a se desenvolver e durante nove meses ali permaneceu, a contemplação deve ser mais demorada: veremos Jesus pela fé, mas o veremos em Maria.

É necessário que sejamos fortes na fé

de tal maneira que, ancorados em Deus, nada nos derrube, nem as mais fortes tempestades da vida, venham de onde vierem.

As contradições, os mal-entendidos, a falta de reconhecimento pelos trabalhos realizados, as insinuações maldosas e até as perseguições fazem parte do nosso desenvolvimento em Deus.

Diante dessas situações nós podemos recalcitrar, esbravejar, chorar, porque não somos valorizados no que fazemos. Neste caso é bom que consultemos alguém capaz de nos esclarecer e orientar, para ver se o que fazemos pelos outros e pela Igreja, e como fazemos, possa levar os mais fracos a se escandalizar de nós. Às vezes somos nós mesmos que damos oportunidade para que falem mal de nós ou teçam críticas. Daí a necessidade de vigilância sobre nós mesmos.

Também Jesus foi mal falado e criticado, mas nunca foi por um deslize verbal ou mau procedimento. Jesus sempre falou a verdade, e as críticas, no fundo, eram feitas por inveja. "As pessoas que o ouviam ficavam muito admiradas e diziam: "Tudo o que ele faz, ele faz bem" (Mc 7, 37), e "Jesus andou por toda parte fazendo o bem" (At 10, 38). Se alguém se escandaliza de nós pelo bem que fazemos, lamentamos, mas não podemos deixar de continuar fazendo o bem.

Todos estes empecilhos em nossa caminhada, se não são postos por Deus, são por ele permitidos, para o nosso bem. Nas olimpíadas exige-se o maior, o máximo de esforço dos que dela participam para conquistar longius, fortius, altius, citius: mais longe, mais forte, mais alto, mais rápido. Assim como nas olimpíadas exige-se dos atletas o maior esforço, assim também o cristão, que deve ser um atleta de Deus, deve entender todos os empecilhos no seu trabalho como acidentes normais a serem superados. Imagine-se um nadador que não quer entrar na água porque está fria, ou um corredor que vai reclamar porque colocaram obstáculos na pista.