Deus proibiu aos israelitas do Antigo Testamento fazer qualquer tipo de imagem. Ordem peremptória. Naquele tempo, entre os judeus, não havia ainda o culto aos heróis e, muito menos, aos santos. O único a quem eles deveriam prestar reverência, submissão, adoração, era o seu Deus, que era o seu Criador e, consequentemente, o seu Senhor, que os libertou da escravidão do Egito e fez dele o seu povo e queria prepará-lo para dele fazer nascer o Messias, Salvador do mundo, seu divino Filho. "Bendito e louvado seja Deus, o Pai de Jesus Cristo, Senhor nosso, que do alto céu nos abençoou em Jesus Cristo, com bênção espiritual de toda sorte! Foi em Cristo que Deus Pai nos escolheu, já bem antes de o mundo ser criado, para que fôssemos perante sua face, sem mácula e santos pelo amor. Por livre decisão de sua vontade, predestinou-nos através de Jesus Cristo, a sermos nele os seus filhos adotivos, para louvor e para a glória de sua graça". (Ef.1, 3-6). Portanto, desde sempre Deus, no seu grande amor quis, fazer de todo homem e mulher seu filho e filha adotivos em Jesus Cristo. "Deus é espírito, e todos aqueles que O adoram, devem adorá-Lo em espírito e verdade (Jo. 4, 24). Sendo espírito, Deus não pode ser representado por qualquer forma material, nem mesmo humana; mas haveria perigo de os hebreus caírem nessa tentação? Haveria, sim, tanto que o Deus que os libertou do Egito "com braço vigoroso e mão forte", logo no início da sua caminhada pelo deserto, que seria longa, depois de todas as maravilhas que operou a seu favor e que o povo viu com os seus próprios olhos, transpondo milagrosamente o mar Vermelho, alimentado com maná, vencidos os inimigos que iam impedindo a sua caminhada, Deus manifesta-se solenemente no Sinai e dá ao seu povo os seus mandamentos. Entre eles está a insistente proibição de fazer imagens. Por que será? No Egito, o povo de Israel ainda não era povo livre, era escravo e não tinha outra coisa a fazer senão dedicar-se afanosamente ao duro trabalho. Descansavam, sim, para recuperar as fôrças, e tinham, boa aliamentação e até variada, tanto que dela tiveram saudade quando depois vagaram pelo deserto. Mas, no Egito, ouviram falar ou até viram as estátuas dos deuses nacionais, impressionaram-se até, quem sabe, com a sua imponência, beleza e arte, estátua representando seres humanos divinizados como Faraós, e outros deuses, e podiam ter o desejo de ter o seu Deus representado de alguma forma, tanto que, tão logo puderam, com o consentimento e colaboração de Aarão fundiram em ouro um bezerro, do qual o próprio Aarão lhes disse: "Eis, Israel, o teu Deus que te tirou do Egito...Amanhã haverá uma festa em honra do Senhor". Enfim, houve a festa, comeram, beberam e se divertiram. (Ex. 32,4-6). Deus estava materializado no bezerro de ouro, e o perigo era de eles darem à substância morta e limitada do bezerro, qualidades divinas como os egípcios faziam com as imagens dos seus deuses.
O Povo de Israel apesar de tantas recomendações para que se guardasse da idolatria acabou, mais tarde, por adorar os deuses cananeus, babilônicos e outros. O problema e o perigo para o Povo de Israel não era o de fazer imagens de seus heróis e heroínas e de seus antepassados ilustres como Aarão, Isaac, Jacó, Moisés, Josué, Judite, Débora e outros. Se as fizessem, prestar-lhes-iam honras como a heróis; sem dúvida, não lhes prestariam culto como a deuses, porque sabiam que, apesar de seus grandes feitos, eles eram seres humanos que morreram, enquanto Deus não morre. Portanto, a proibição divina de Êxodo 20 era de não fazer imagens de Deus sob forma alguma, para dorar. Essa era a tentação a que estavam expostos e este era o perigo de idolatria. Se o povo de Israel reduzisse o seu Deus aos limites de uma imagem morta, morta estaria também a sua religião e o seu verdadeiro relacionamento com Deus e, consequentemente deixaria de ser o Povo de Deus e voltaria ao paganismo de Abraão antes da sua vocação.
No Novo Testamento, entre os cristãos, este perigo deixou de existir e o próprio Deus fez uma bela imagem de si mesmo na pessoa de Jesus Cristo, e do Espírito Santo numa nuvem, numa pombinha e nas línguas de fogo. A idolatria jamais passou pela cabeça de um cristão Católico esclarecido, mas passa pela cabeça de certos protestantes que se adiantam em julgar precipitadamemnte os católicos procedendo de uma maneira desleal e em aberta "dissintonia" com a Palavra de Deus que afirmam, muito prezar.
"Não julgueis e não sereis julgados, não condeneis e não sereis condenados" (Mt. 7, 1). "Quem fala mal de um irmão ou julga seu irmão, fala mal de uma lei e julga uma lei; mas, se julgas uma lei, ages como juíz e não como cumpridor da lei. No entanto, um só é legislador e juíz; aquele que pode salvar e perder. Tú, quem és para julgar o próximo?" (Tiago 4, 11-12).
É interessante observar como certas seitas, sobretudo Adventistas e Testemunhas de Jeová, quando se trata de denegrir a Igreja Católica, representam-na em seus livros sob a imagem artísticamente desenhada com traços caprichados e destacados de sensualidade da prostituta do Apocalípse, e dizem: eis o que é a Igreja Católica (Ap. 17, 1-18). É esta a ideia que eles tem de nós, Igreja Católica.
Se abrirmos qualquer livro ou revista dessas seitas, encontraremos ali muitas ilustrações em cores e bonitas, coisa que Deus proibiu terminantemente em Ex. 20, 4: "Não farás para ti imagem em escultura ou figura alguma..." Eles nos dirão: Mas nós fazemos estas figuras não com a ideia de as adorar! Pergunta-se então: Por que é que só os católicos não podem fazer imagens e se as fazem, logo são taxados de idólatras?
Isto é discriminação e esquisitice.
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