O matadouro é a formula crua da sociedade em que vivemos. Uns nascem para reses, outros para verdugos. Uns jantam, outros são jantados.
Há criaturas lôbregas vestidas de trapos, minando monturos e há criaturas explêndidas, cobertas de ouro e de veludo, radiando ao sol.
No cofre do banqueiro, dormem pobrezas metalizadas.
Há homens que ceiam numa noite, um bairro fúnebre de mendigos; enfeitam gargantas de cortesãs, com rosários de esmeraldas e diamantes, bem mais sinistros e lutuosos que rosários de crianças ao peito de selvagens.
Vivem quadrúpedes em estrebarias de mármore e agonizam párias em alfurjas infectadas. A latrina de Vanderbilt, custou aldeolas de miseráveis.
É visto os palácios devorarem pocilgas; todo "boulevard" grandioso reclama um quartel, um cárcere e uma forca.
O deus milhão, não digere sem a guilhotina de sentinela.
"Os homens repartem o globo, como os abutres o carneiro. Maior abutre, maior quinhão. Homens que tem império e homens que não tem lar". (Guerra junqueira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário