Quando participamos da Santa Missa e olhamos para a hóstia consagrada, nós não vemos Jesus ali, mas temos fé na sua presença real. Não vemos Jesus na hóstia consagrada, porque ali Jesus não tem um rosto específico, mas ali ele tem uma fisionomia de toda criatura humana. Deveria custara-nos um ato de fé menor olhar para qualquer pessoa e nela reconhecer a pessoa de Jesus Cristo, porque ali, pelo menos, vemos o rosto de alguém. Quem tem o mais, tem o menos. Nessas alturas aproxima-se de nós São João evangelista e nos diz: "Se alguém disser: 'Amo a Deus', mas odeia seu irmão, é mentiroso, porque aquele que não ama seu irmão a quem vê, é incapaz de amar a Deus a quem não vê. Quem diz que vive na luz e odeia o seu irmão está na escuridão até agora. Quem ama o seu irmão vive na luz, e não há nessa pessoa nada que leve alguém a pecar. Mas quem odeia o seu irmão está na escuridão, anda nela e não sabe para onde está indo, porque a escuridão não deixa que a pessoa enxergue". (1Jo. 2, 9-11).
Se temos fé na presença real de Jesus no sacramento da eucaristia, devemos ter a mesma fé na presença de Jesus na pessoa dos nossos semelhantes.
Assim o outro torna-se para nós como que um sacramento de Jesus, isto é, um sinal e ao mesmo tempo um canal comunicativo da Sua graça. Não disse o próprio Jesus: "Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos, é a mim que o fazeis" (Mt.25,40)? Exercitemo-nos todos os dias neste ato de fé. Assim um dia Jesus nos dirá: "Vinde, benditos de meu pai..."
Também os outros devem ver em nós a pessoa de Jesus. Vamos facilitar-lhes esta visão através de uma vida cristã autêntica de humildade, mansidão, compreensão, disponibilidade, aceitação da cruz, amor e perdão.
Deus quer mostrar a sua bondade, a sua misericórdia, a sua compreensão, o seu serviço, a sua humildade, a sua ajuda, o seu amor... por meio de você.
Que os outros vejam em você a face de Deus, o sorriso de Deus, o acolhimento de Deus.